sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Magia

Senta-te, e observa. Não fales, eu gosto do silêncio. O silêncio é bom companheiro quando sabemos ouvir, quando percebemos o que ele nos diz. Porque ele também nos ouve. Observa o que diante de ti se apresenta. Gostas? Não me respondas, vejo o reluzir dos teus olhos. Vejo o reflexo deles. Vejo a tua lágrima, vejo o que sonhei ver, vejo. Sonhei tudo o que podia, deixei a hipócrisia de lado e imaginei o que consigo acreditar. Algo plausível, não gosto de cair. Vira-te para mim, e conta-me. Espalha esses teus desejos, quero fazer parte deles.

A segunda lágrima caiu.

E uma terceira também.

Limpas a cara com uma mão, levemente, num gesto rápido e eficaz. O silêncio és tu, agora. Larga a palavra, que eu fiquei sem ela quando senti o coração. Quando ele acelera, demais até para poder respirar. Viras-te para mim, olhas-me nos olhos, e paras o tempo. Vejo-me no reflexo das tuas lágrimas, no teu rosto estranhamente feliz com este solene momento. Em vez de palavras, uma quarta lágrima. E uma quinta. E uma sexta. Limpo a sétima, sentindo o que sentes. Quando falas, o momento é mágico.

' Seria triste não deitar a lágrima. Ela é o conjunto das minhas palavras, e do meu sorriso. Deixa-a correr, ela seguirá o seu curso. Mas não te vou agradecer. Porque tudo isto é um momento, e eu qero tê-lo contigo. Tu és meu. Só meu. Sei que não queres um obrigado. Por isso, dou-te esta lágrima. '

Abracei-a. Senti-a bem junto a mim, cá dentro. Não há forma de fazer alguém inteiramente feliz. Impossível. Mas sei hoje, e amanhã, e depois, que momentos como este valem o que de mais valioso sentimos. Posso ser cruel, e sou, mas isto é viver. Viver é tudo, e nada.

Olha-me. Esquece o mundo, esquece tudo. Foca-te em mim, eu sou o mundo. O teu mundo. Lembras-te do dia, do primeiro dia? Aquele em que te riste do que falei, aquele que sonhaste ser aquela pessoa, a tal, a mais feliz, que te sentaste no passeio e te julgaste pequena, que viste as estrelas e tentaste contá-las, que saltaste e sonhaste voar. Eu não me esqueço. O que consideras poder esquecer, eu faço disso a minha principal memória. Faço do teu sorriso o meu diário. E escrevo o que sonhas. Um dia, irei realizar todos os teus sonhos. Um a um.

Olhamos os dois para o horizonte.

Recuas dois passos, e voltas para trás. Eu sigo o teu caminho. Afastamo-nos daquele momento, felizes. A vida é assim, momentos. O que de tão bonito eu lhe mostrei? Nada. Uma simples paisagem. Com um por do sol. Daqueles diários.

Podes-me criticar, mas não sentiste. Um momento único não é o que preparas, é o que acontece. Podia prever o sol, mas sentiria mágoa. Sei que ele vai ali estar, não gosto. A lágrima caiu, porque fomos nós. Eu, e ela. Só os dois. Num acaso da vida, a sonhar com o que de bom somos.

Se te contasse, perderia a alegria que sinto ao ter essa memória. Por isso esquece. Foge. Posso não vir a ser feliz, mas guardo bem o que outrora me fez feliz. Não sonhes, vive. Isso será o que gostarás de guardar...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O fim

Experiências angustiantes. Falsidades duradoras. Sofrimentos infindáveis na luta contra o passado. Ou contra o presente, esquecendo agora o futuro. Obscuridades presentes num tempo indefinido. Por vezes contínuo. Por vezes solto. Por vezes ..

Selecciono pedaços do que pretendo eliminar. Não tudo, apenas partes que acho irrelevantes. A irrelevancia trás-me o que pretendo, a certeza de que não trago comigo o passado. Aquele em que tu entras, nós entramos, eles entram. Personagens principais de memórias por apagar. Por esquecer. Acima de tudo, por desvendar. Sou audaz na luta contra mim próprio. Venço e perco em simultâneo. Incriveis factos de uma vida, de incertezas. Por mim, tudo acabava agora. O fim.

Anseio que chames o meu nome. Que o grites, que o escrevas, que o repitas um número de vezes infindável até ele ficar gravado. Queria ouvir-te, mas não consigo. Fechei-me sobre quatro paredes e um tecto impossíveis de transpor. Fui trancado sobre mim mesmo. A saída permanece invísivel, e não tenho vontade de jogar este jogo. O das escondidas. Por isso, acomodo-me. Não é desconfortável, e a escuridão já faz parte de mim. Por isso repito, o fim.

Mesmo livre, sinto-me preso. Incrivelmente preso a algo que não recordo. Que não sei. Sou uma mistura de lembranças com o presente, de sonhos com mágoas. Sou isto, e aquilo. E o que não sou também. Sou indefinido. Ainda não me encontrei no meio desta escuridão. Ela parece eterna. Ela é eterna. Se luto, caio. Se me levanto, volto a cair. Se me sento, empurram-me. Sou fraco, admito. Não sou o único, mas sinto-me sozinho, perdido. E a minha maior fraqueza é pensar que posso ser forte. Daqueles que não caem. Daqueles que conseguem ser o que querem ser. O que são. Sou fraco agora, e no fim.

A ajuda veio. Mas não chegou a mim. Ficou perdida nesta escuridão que me envolve. Outra vez a escuridão. Não vale a pena lutar contra ela, eu perco. De certeza. Estou farto de ser o passado no presente que sonha o futuro. Um conjunto de tudo e de nada. Um ser perdido, sem nada. Não sonho ser feliz, sonho desaparecer. Sonho fugir logo que apareça a saída. Fugir daqui, para longe, bem longe. Nunca mais voltar. Ir para o início, provar que sou o que sou. Ou seja, nada. Mais uma vez, sinto o início do fim.

O fim. Fim de tudo, o fim. Aguardava este momento, sempre. Não sei o que pensar, sei que sou nada. E que este, é o meu fim.

Agora, quero ser. Quero estar. Quero voltar á inocência perfeita de cada momento. Ao inesquecível. Ao possível. Quero crescer, ter a vontade de o ser, o sorrir. O fim é o início.

Por isso, quero o fim. Este fim.

sábado, 18 de outubro de 2008

LD @


Não há como fugir a duas palavras amigas quando nos definimos como guardiães da amizade. As palavras escapam-nos, os gestos multiplicam-se, podemos lutar mas sabemos que é feitio. Não havia como escapar a ti, no meio de um mundo desconhecido e por vezes perdido, não havia como não te estender a mão, apanhar-te no meio de um enorme turbilhão e resgatar-te para um local seguro, livre, sonhador ...

A palavra segue outra, inconstante num seguimento de frases impossível por vezes de acompanhar. Mas ao que chamamos de conversa, defino eu como o encontro dessas palavras, fazendo sentir-me uma pessoa notória no teu discurso simples e voador.

Fugimos ao mundo. Escapámos ao remoínho de emoções que pairava á nossa volta, isolando-nos num pequeno mundo onde és a minha magia. Ao fundo, o rio. Sempre indiferente a este mundo, sempre grande, sempre presença marcante na paisagem. Por cima a ponte, com reflexos automáticos num rasgo de brilho que se avista no rio. No topo, o céu. Carregado, mas em sintonia com a nossa presença, abrindo, vislumbrando nós a nossa saída para a imaginação voar.
No fundo, estávamos nós. Eu e tu, tu e eu envolvidos no nosso mundo, á beira de uma paisagem, marcando-a fortemente. Não há descrição possivel quando o sentimento é puro, verdadeiro, real.
Naquele momento, senti-me no céu, como uma estrela a luzir para quem me pudesse observar. Era livre, mas preso a ti, feliz mas partilhando tal sentimento contigo, dividindo perfeições num mar de incertezas, mas coberto de vontades.
No fim, encontro o início. Início de mim, início de ti, início de nós. Não há muito a descrever, há sim a sentir. Sentir a perfeição que procurávamos, sentir cada momento por mais especial que seja.

Agora, sou eu e tu, nós @ LD'

'Because tonight will be the night
That I will fall for you
Over again
Don't make me change my mind
Or I won't live to see another day
I swear it's true
Because a girl like you
Is impossible to find
You're impossible to find '

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Sonhos..


O sol nascia. Levemente, como quem pede autorização para se impor nos céus. O seu reflexo já deixava rasto no interminável mar, tornando-o uma longa passadeira no caminho da luz. Era bonito de ser ver, convidando-nos a imaginar o que de bom podemos sentir.

Felizmente, partilhava aquele solene momento no erguer de um dia contigo. Tu, companheira de vivências, de sentimentos, de indiscrições permanentes numa vida imparável. Até o simples nascer do dia era visto como perfeito no meio de tudo o que nos rodeava. Era só tu e eu, eu e tu.

Não havia forma de puder transmitir. Dificilmente conseguiria, mesmo que as palavras me surgissem implorando por surgirem. Há momentos assim, incertos, intemporais até, que não se transmitem, sentem-se em todo o seu esplendor. Não são dois seres num momento, mas um momento num tempo com um pulsar incerto.
Tudo em ti é perfeito. O teu simples sorriso, a tua leve maneira de ser, a tua coragem numa imaginação pura, o teu fio de cabelo, o teu pesado toque, a tua doce palavra numa harmoniosa melodia.. Não há como chamar-te bela, sendo tu o topo de um conjunto de qualidades impossiveis de conjugar. A tua presença faz-me encher o peito de enormes rasgos de felicidade, prontos a denotarem-se num timido sorriso, escondido no meio de cada palavra tua.. Sou feliz !

O sol raiava na sua perfeição. Tenebroso, iluminava cada canto, indicando um numero infinito de caminhos que me fazem perder e voltar a encontrar-me ao sentir o teu toque. Não há como negar o meu voar nos céus, tocando na lua por vezes, sonhando o minuto a seguir a este que passa, e que estou contigo. Quando não estou, desencaminho mundos e submundos na maneira mais vital para te sentir como nunca. Nada é impossivel, o impossível é tudo.

Vem. Pega na minha mão, segura com firmesa, e sente o chão a fugir. Mostra-me o teu sorriso, transmite-me a tua segurança, indica-me o caminho neste céu interminável, faz-me voar ! Sem ti, o chão regressa com choque, surpresa até, o céu impõe limites e o sol, outrora imponente, põe-se com todo o silêncio por trás de uma timida colina. Não largues a mão, não me percas, és tudo !


Porém, a escuridão tomou lugar. Ao fundo, uma pequena luz indicava a saída deste vazio tenebroso. Aproximava-se apressadamente, dificil de esperar, de aguentar ! Por fim, a luz chega. Ao fundo, o nascer do dia através de uma modesta janela. Agora sim, o sol nascia, como havia nascido sempre, num fundo impossivel de tocar, impossivel de imaginar ... Agora sim, acredito. Sonhos e imaginações sao realidades impossiveis, mas raras excepções numa vida que se baseia no meu, no teu, no nosso acreditar !

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A importância de um sorriso ..


Mágico. Incrivelmente mágico num mundo composto por pequenas surpresas. Não é fácil esquecer o que mexe conosco de forma tão forte, tão única. Seria demasiado fraco arriscar, mas agora sim vejo-me como um mestre no controlo de um tempo que já foi nosso.

Ás vezes pergunto-me, mas como ? Será isto possivel ? Desejaria ter um enorme controlo sobre o que dentro de mim acontece, adivinhando cada tempo de reacção ao forte pulsar do coração. Mas não. Prefiro assumir o que fugazmente me atinge num acto de melancolia perante a destreza da vida, acreditando nas coisas boas. Como tu.

Voltaste. Preferia dizer que te descobri depois de te esconderes estes largos meses de uma vida complicada. Mas depois de rastejar perante o que de mal me acontecia, sinto que me devolveste o sorriso na altura perfeita. Aquele largo sorriso que enche o peito de esperança, que me faz ficar incrivelmente ausente no teu mundo com a tua imagem como fundo. No fim, vejo que nunca te separaste de mim. Diria até que o coração ultrapassa os limites de força no seu bater diário sempre que a tua imagem surge dentro de mim. As forças voltaram, a esperança renovou. Por ti, sou outro.

Agora, resta-me sonhar com a tua presença. Olhar-te nos olhos e esquecer o mundo enquanto sinto a tua doce pele, oiço a tua suave voz ecoando dentro de mim. Sonho passar contigo de mão dada junto a um por do sol, iluminando as nossas sombras tornando-as insignificantes perante tanto carinho. Sinto-me um gigante nesta vida, uma pessoa nova e até indiferente, porque a vida se baseia num sorriso, e tu criaste-me um que me tornou feliz.

Porque a vida só faz sentido vivida, e tu acabaste de dar um novo significado á minha.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

'Amizades'

Devastador. Incrivelmente devastador. Como certos dias, onde a chuva rompe o ceu azul mostrando o lado negro de um horizonte diferente. Nao há como, nem porquê, mas acontece. E tudo se baseia numa verdade, algo que nunca conseguirás atingir seguindo por caminhos diferentes aos teus principios.
Amizade. Seria demasiadamente ingénuo ao não meditar sobre o que nos enche mais o coração, mas igualmente estúpido para ignorar o que á minha volta acontece sem a mínina possibilidade de percepção. Não culpo, muito menos critico e julgo, mas tenho ao menos a possibilidade de explorar o revés que sinto em cada acção indirectamente ligada a mim, que estrondosas consequências se reflectem no meu já complicado caminho.
Porém, não dramatizo. Sou capaz de compreender tais razões impossiveis de imaginar, mesmo não havendo saída. No fim, tudo tem uma razão de acontecer e eu ainda procuro o berço de tudo isto.
Mas porquê ? O que designas tu por amizade ? Ajuda nos momentos críticos, e desprezo nos nossos momentos de extase ? Inquietação por melhores dias, ombros que colhem as tuas lágrimas, e no fim uma fuga quando essas lágrimas são as nossas ? Seria fácil a resposta se me visse na pele de certos 'amigos', certos companheiros de alegrias e tristezas que no fim mostram o que realmente valem : nada.
Sinto-me abandonado, desprezado e até usado por amigos que eu denominei dos melhores, por amigos com quem lutei e ajudei até não poder mais, por pessoas que acima de tudo, tinham o meu respeito e a minha amizade. Poderei enunciar um conjunto de diferenças entre conhecidos e amigos, mas todos sabemos que essas diferenças nunca passarão de igualdades que nos farão confundir os dois termos.
No fim, sei que luto sozinho. Cada pessoa sonha, e para isso busca o seu próprio caminho usando as pessoas que usam o bem como forma de vida. É triste, ás vezes devastador, mas é com estes erros que um dia, nos ensinarão a separar estas pessoas, desprezá-las também, num acto de fúria e até precipitado, porque o que para nós são lições do passado, para outros são simples exemplos de um caminho mal escolhido. Por isso, não te apoies demasiado. As fundações dessa amizade podem demonstrar força, mas cedo perderão força em simples actos que para ti significarão o fim ...

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Give up ?

Desistir. Não chamar-lhe-ia de fracasso, mas sim de uma pequena vitória. Sinto-me fraco, de joelhos perante este mundo incapaz de me ajudar. Em baixo, triste e indiferente ao que me rodeia. Mas a força não está na forma como seguimos o nosso rumo, nem como conquistamos as nossas hárduas tarefas. Esta na forma como nos levantamos. Na forma como enfrentamos o que nos faz desistir, na forma como nos enfrentamos numa luta solitária onde tentamos que os medos se afastem, a vontade impere e a força nos leve a acreditar. Acreditar no possível, na certeza do impossível querendo conquistá-lo quebrando barreiras que nos façam exceder o limite. Aquele nosso limite, que achamos uma barreira demasiado grande para ultrapassar.
Dai levanto-me, e procuro a razão deste acto tão dificil de executar. Olho para o infinito, e sorrio. Porque o nosso sorriso, por mais triste que seja, é um começo depois de um duro fim, é um principio de uma longa etapa, é a base da nossa conquista. Se te queres erguer, pensa: a vida não foi feita para tristezas. Foi feita de etapas. Há dias bons, maus, longos e excitantes. Há o começo, o fim, a luta e a vitória. A vitória quando perdemos, quando damos valor ao nosso esforço, a vitória que nos faz louvar, que nos faz avançar e que nos enche de esperança. Há a barreira, a queda, a amizade e a liberdade. Quando se conjuga isto, podes dizer que estás a viver. Não o simples viver, mas sim aquele viver sentido e excitante que te faz contar o tempo. Ver o relógio andar lentamente, sem parar.
Por isso, nao desistas. Levanta-se, sorri, pensa no que te faz viver. Aproveita algo único, faz-te feliz. Porque quando te sentires feliz contigo mesmo, sentirás a excitação da liberdade. Voarás por entre mundos, sentirás a ofegante respiração de uma vida. Verás, nem que seja por pouco tempo, que a vida vale a pena.
Por isso, sorri. e acima de tudo, vive ... o mundo não acaba amanha, mas imagina que termina ...

terça-feira, 27 de maio de 2008

Fins ..

Diferente. Insolúvel na vida, não á volta. Aconteceu, e acabou. É estranho olhar o céu, ver o dia, respirar este ar que todos os dias nos envolve. É simplesmente, diferente.
Gostava de acordar deste enredo em que adormeci. A vida parecia boa, era vivida, sentida, e até intensamente procurada nos longos segundos que passam. Olho o mar, a razão, olho a cor, olho em redor e vejo que tudo mudou. Já não procuro a alegria, porque sinto a tristeza. Deixei de ver o que de positivo a alegria me traz, porque encarei a dura realidade de ser como sou. De ser assim, de estar assim, de qerer ser assim e de falhar assim. Era bom acordar de manhã, levantar para a vida e sonhar que iria voar por entre estes obstáculos que crescem á minha volta. Agora, sinto-os como barreiras de uma grandeza inantigivel, de uma contrariedade tal que nem me vejo a ultrapassá-los. As forças cairam, a vontade fugiu, a ilusão voltou e eu, perante este mundo cruel, baixo os braços. Acabou. Lutar ? Não. A vida não sao lutas, são ganhos. Não sao exemplos, sao certezas. E eu sei que sinto que a razao leva.me a este estado involuntario em que me perco em pensamentos de como tudo seria diferente se .. se e ses que completam uma ilusão em que me escondo. Não desisti, simplesmente aceitei. Porque sei que a minha luta nao causara diferença, porque sei que eu n mudarei um caminho, porque sei que nao alterarei nada. Porque acima de tudo, sei como a vida me ganha e que, neste momento de solidao extrema, conjugo o verbo 'sentir' .. sentir fortemente esta vida e, de braços para baixo, olhar o ceu á procura da resposta ... resposta respondendo á pura ilusao da vida.

sábado, 17 de maio de 2008

Azóia

“Escrevo. Simples palavras que me conformam o espírito, ou que simplesmente o atordoam... Ordeno-as calmamente, num grito pela liberdade que elas me trazem. Procuro-as, chamo por elas na tentativa desesperada de elas soltarem o que sinto, a árdua dor da alegria no contraste com o vazio da mágoa.
Quero um abrigo. Abrigar-me desta agitação que o mundo cria, onde me envolve espontâneamente numa acção vulgar. Pediria o sol se fosse preciso. Teria vista privilegiada para um manto azul que envolve um mundo terrestre. Mas não. A excentricidade leva-me a momentos de loucura impossíveis de suportar, impossíveis de controlar. Prefiro esconder-me deste mundo, sentar-me comodamente e escrever palavrões através de simples quadros imaginários por entre uma natureza perfeita. Guiar-me-ia pela loucura da grandeza, mas sinto-me demasiado confortável para sonhar alto. Olho em redor, e abranjo tudo num simples olhar indiscreto. Consigo sentir a tensão exterior na minha pequena cadeira, onde vibro com tamanha sensação. Sensações permanentes na procura de liberdade, sonho e fantasia, voando pelo exterior sentindo o lugar. Sinto as palavras a entrarem-me pela casa adentro numa afronta á minha simpatia, buscando as minhas alegrias e tristezas, que a minha leve caneta descreve ao deslizar num simples papel. Porque sei que posso estar aqui como ali, que essas palavras não me abandonarão, simplesmente mudarão a minha ténue visão deste pequeno mundo envolvente. E, assim, traduzo este espaço como sensorial, sentindo cada segundo que passa, na intensa busca pela simples inspiração...
No fim, deparo-me com este volume marcante numa simples natureza. Complica-se o simples, e busca-se a simplicidade, num meio confuso onde nos libertamos do mundo e buscamos a básica palavra de todas: viver. Viver este espaço, viver este mundo, viver vivendo numa frenética envolvente que nos faz mover... Mover uma simples caneta, duas básicas palavras e um conjunto de ideias, que traduzem a minha liberdade, a minha inspiração. Sinto que consegui o espaço ideal, aquele em que eu vivo, e aquele que me faz viver...”

Vive

Eram 10 horas. Sem dúvida, um dia diferente se aproximava. O sol, acabado de se erguer, iluminava um mundo inquieto, empolgado na busca do seu dever. Era visível uma borboleta, junto a uma linda rosa vermelha, no meio de um jardim. Uma área sagrada da natureza, onde se viam pequenas flores e imponentes árvores que sobressaíam naquele lugar. À sua volta, o mundo. A inquietação das pessoas, o ensurdecedor barulho da inovação e a busca pela tão esperada calma. Ali no meio, encontrava-se ele. Alto, visivelmente calmo e desgastado pelas mudanças na vida. Encorajado também, não só pela sua força mas por existir um dia de amanhã. Sentia a brisa, como um alívio para o calor que já era presente. Não pensava, simplesmente sentia. Sentia o seu respirar, a sua vontade, a sua força e a sua leveza para voar. Tinha tanto para contar mas das suas palavras surgia o ensurdecedor silêncio. Tinha aprendido a controlar-se, a sobressair-se das suas incógnitas e a levantar a cabeça, como que acreditando na sua força. Estava sentado junto a uma árvore. Os pensamentos surgiram, inesperados, enchendo por completo o seu ser. Sentia raiva, dor, tristeza até pelos seus actos, até que surgiu uma lágrima escorrendo pelo seu liso rosto. Julgava-se um falhado, um perdido no caminho por si traçado. Havia uma razão, mas por mais certa que estivesse, era difícil de acreditar. Tinha falhado certamente, mas era aquele o caminho a seguir. Incluía mudanças sem dúvida, mas esperanças e desilusões, alegrias e tristezas, e uma infinidade de coisas que o fariam outro. Outro ser, outra voz neste discutido mundo. Ele sabia e sentia essa decisão. Sabia que a vida era assim, feita de escolhas, e sabia que cada um tinha a sua longa estrada. Não a temia, mas esse era agora o seu percurso. Levantou-se, e olhou em volta. Tantas vidas, tantas forças e obscuridades. Sorriu. Sentia-se leve, forte como nunca, inquieto por começar o percurso, e incrivelmente esperançoso após aquele momento de raiva e tristeza. Sentia-se vivo. Algo que prometera não esquecer… Acreditava no futuro como ninguém, e por isso avançou em direcção do nada. Sabia que lhe aguardavam reviravoltas inesperadas, sorrisos persistentes e lágrimas angustiantes. Sabia que ia mudar, e que ia aprender. Sobretudo aprender. Após isto, sentiu-se vivo… Vivo como nunca. E partiu...

Pequenos textos ..

"e assim foi.. num momento unico, os seus olhos brilharam na escuridao, simbolo de que estava a minha espera.. era arrepiante a tua expressão, transmitida através dos teus olhos, da profundidade que eles tinham, das mensagens que eles me dirigiam. Fui ao teu encontro, guiado pelo meu coração e na esperança de te sentir. Junto a ti, era facil sentir o teu coração aos pulos, a tua respiração, a voz gritante da tua vontade.. peguei na tua mao, senti-te por breves instantes, e a olhar para os teus lindos olhos, disse: es o meu presente, e o sonho de seres o meu futuro.. não me abandones, e voa comigo.. liberta-te, sonha, que eu levar-te-ei sem regresso para o meu coração.. Foi entao que ele, no meio daquele momento unico, a olhou nos olhos, e pegando nas suas mãos suaves, lhe murmurou: "... não vás ... és o meu presente, o meu futuro. Quero-te, agora e amanhã, quero sentir a tua doce pele, ver os teus lindos olhos, e beijar a tua boca... não me abandones, porque destroçarás o meu coração, e a partir daí, a minha vida perderá cor, porque és tu o meu arco íris.. " Depois destas palavras, o coração acelarava.. a ligação de olhares era forte, penetrante.. como eram lindos os olhos dela, com o brilho que mostrava a sua alma.. então ele avançou, e beijou-a.. momento único aquele, onde a paixão se soltou ... Aquele momento tinha sido unico.. os labios dela eram inesqueciveis, e cada beijo era apenas mais uma lembrança.. olhou para ela, mais uma vez.. era hora de partir. Ja sentia saudades. Apesar de a ver mesmo a sua frente, e de sentir a sua mao, as saudades apertavam.. era triste saber que se ia embora, e que ia passar umas horas sem a ver, sem a ter, sem a ouvir... tinha gravado a imagem do seu olhar, e como despedida, murmurou no seu ouvido: "Sei que vais, mas gostaria de te ouvir dizer que voltas.. es-me tudo. Es o meu sonho, o meu presente. Sabes que eu te adoro, e que nunca te esquecerei.. Por favor nao me abandones.. " Depois de um beijo, ela partiu.. Ele viu-a desaparecer no horizonte.. a sua imagem ficou memorizada, e o seu olhar cravado em memórias.. era linda aquela imagem, cm o por do sol a iluminar o horizonte.. sem duvida que tava apaixonado, e ela era a tal que o fazia sentir-se dessa forma.. Ele estava ansioso.. ia ve-la mais uma vez, senti-la. Tinha chegado a hora. Ela não se atrasou, e o seu olá havia feito desperta-lo.. Ela estava ali, á sua frente. O que ele havia sonhado estes dias, era agora realizado. Via o seu olhar penetrante, ouvia o seu respirar, e sentiu a sua mão, num toque leve e suave. Aproximou-se dela, e murmurou ao ouvido: "Ainda bem que viestes.. Morri de saudades. Quero-te." Após estas palavras, ela beijou-o, inesperadamente. Ele sentiu naquele beijo aquilo que tanto esperou nos últimos dias. Foi longo, doce, mágico. Finalmente tava cm ela, e nunca a iria abandonar... Descobriu, por fim, que tava apaixonado... As horas de agonia demoravam a passar.. estarias bem? O meu coração palpitava por ti.. sentia medo de te perder, medo de que não estivesses bem.. Por fim, recebi um recado teu.. Estavas bem, e iria tar contigo.. Estava perto o momento. Esperei pelas 11h, um pouco nervoso, mas seguido pelo coração. Avistei-se, e aí, tudo mudou. Es linda... Vi os teu cabelos encaracolados, abrilhantados pela luz do sol.. o teu corpo, perfeitu, e por fim, quando já estavas a minha frente, vi os teus olhos, senti a tua pele após dois leves beijos.. Es perfeita.. senti a tua mão, e não pude deixar de dizer.. Adoro-te e quero-te... "