terça-feira, 27 de dezembro de 2011

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Tempestade

O tempo que se cuide, que em dias de tempestade, saberei ser um raio de sol.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O errar

Errar é ver que tropeçamos num passo certo.
Errar é fugir ao instinto.
Errar é não sentir.
Errar é o que me fazes ser.
Errar é o que sonhei ser.
Errar é não gritar no silêncio.
Errar é seguir em frente na tua ideia.
Errar é não ser eu.

Errar é o passo que não dás em frente ao medo. Contigo erro, só para aprender que haverá o certo. Um dia.

domingo, 30 de outubro de 2011

Loucura

Se a loucura são duas palavras enviesadas, então sejamos justos e façamos o discurso do real. O não ser nunca foi algo imaginável, foi sempre a loucura de o ser.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Caminhar

Insistes em caminhar na minha tendência de olhar em frente. E insistes que todo este caminho nunca foi o correcto, numa clara vontade de dizer não ao que eu grito sim. Mas se não existisses, a dualidade em mim seria um só lado, e não te teria como ponto no equilibrio.
Só assim, eu caminho sobre a água. E sei que agora, ao me rever, sou capaz de ser em vez de só tentar.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Hoje

Se caires como a chuva, aprende a sorrir como o sol. E mesmo que te tornes na nuvem, memoriza sempre que ela é passageira, e nunca um estado permanente.

sábado, 22 de outubro de 2011

O que pensas de mim?

Hoje foste directa na forma como me dirigiste. Tão forte que me deixou a suspirar sobre o vento à procura de uma resposta. A tal resposta.

O que pensas de mim?

Pequei pelo silêncio enquanto me sorrias. O teu olhar transmitia palavra por palavra, e o único que te respondi foi o silêncio. Aquele silêncio alegre de quem não consegue falar.
As horas passaram e a dúvida manteve-se, como o sorriso que deixaste marcado. Se tudo isto não passasse de um livro, terias uma página só sobre ti. E deixava a seguinte em branco para o que me falta conhecer.

Acima de tudo, apercebi-me que não tive a coragem para dizer-te que não sei a resposta. Sei apenas que tens sido mais do que um sorriso. Mais do que uma tentação. Mais do que um momento. Mas tenho toda a certeza: senta-te a meu lado e ajuda-me. Abraça-me. Dá-me a mão. Garante-me ao ouvido que és tudo o que tens sido e muito mais. Porque além de seres a alegria, és a prova que vale a pena acreditar. E eu aposto no acreditar.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Será?

Quando se ama, a inspiração é ilimitada. Experimenta.

Os degraus da tua porta

Já me sentei e repousei nos degraus da porta. Da tua porta. Continuo a imaginar que irás romper num tom apressado cada degrau, sem dares que ali estou, sentado. Que irás aparecer e perder o sapato, como a Cinderela fez, só para que tivesse a desculpa ideal para me apresentar.
Já tentei oferecer-te uma flor, e soltar o teu nome pela primeira vez.
Já pensei também que não morasses aqui, pela tua insistência em não me responder às cartas. Aquelas que deixo sem remetente, e que imagino não ter lá o meu nome só para te deixar na dúvida: quem serei?

Mas no fim, ainda sentado nos degraus da rua interminável, dou por mim a contar as pétalas da flor e a imaginar-te. E mais uma vez. Se estas lágrimas são a prova do céu nublado, sei então que te imagino muito perto do real. E isso é a minha razão para ali continuar, sempre na esperança que um dia me abras a porta.

O tu no eu imaginário

Tudo o que imaginei de ti está escrito dentro deste papel, em letras grandes sem pontuação. Está também desenhada a vaidade que sinto em me imaginar a teu lado, e a assinatura do meu 'sim' junto do 'para sempre'. Faltou só o teu nome que espero que mo digas baixinho, quase em segredo, para escrever na linha carregada que lá inventei, ao lado do meu nome. Deixo-te o desafio de apanhares a folha do chão, segurares com firmeza na caneta e assinares. A felicidade, essa, deixa por minha conta, assim que deixares de fazer parte do imaginário e passares a ser parte da minha razão.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Road to hapiness

Olha o tempo que contamos, que entre os dedos nos escapa. Como a vontade, e a imaginação.
Sabes pouco da tentação, superas o meu lado fraco, crias o forte.
Passeias alegria entre os lugares da perdição, a minha perdição.

Mas calma. Os dias são dias, as certezas não passam de dúvidas. Mas quando formos grandes, seremos o significado da felicidade. Ainda não sei o que é, um dia saberei. E tu estarás lá, comigo.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Remember me

Se tudo em nós fosse um momento, ele teria um fim.
E teria um durante.
E teria tudo o que nos lembrássemos dele, mesmo quando a memória enfraquecesse e as imagens caíssem.
Teria a luz, a cor, a sensação de viver. E a de um dia ter vivido.
Se tudo em nós fosse um plural, metade diria que não queria. Ou que iria desistir. A minha metade, tomaria o medo como coragem.
Se tudo em nós fosse a vontade, seríamos o grupo dos quase. E a meta tão perto..
Se tudo fosse em frente, não nos iríamos lembrar que aconteceu. Não iríamos recortar o bom do mau, a certeza da angústia.
Seríamos férteis, obcecados em não ser, mas em ter.
Se tudo fosse o agora, não teríamos a fé, não nos olharíamos ao espelho na busca do realizado. Seríamos fracos, derrotados e imóveis.
Se tudo fosse contado, haveria o tempo e a certeza. Mas nunca a paixão.
Se todos sonhássemos, nada seria como este real. Teria cor, seria esforçado.
Se tudo fosse um marco, teríamos a prova que fizémos de tudo. E que não nos faltou nada.

Poderíamos ter feito tudo sem sabermos que nos perdíamos no tempo. Tanto que faltou, ao olhar para trás e não haver volta.

Por isso olho e revejo-me, dia atrás dia. Porque no fim, quero que digas que te lembras de mim. E eu quero partir vendo que me lembro de tudo e, ao mesmo tempo, fui tudo.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

O amigo

Não confies no amigo que tens cá fora, confia no amigo que és por dentro.

O desejo de seres tu

És e insistes em ser o que mais desejas em mim.
Transformas a certeza na minha dúvida permanente.
Estás por aqui, sempre ciente da nossa presença.
Abraças o que hoje me foi dado, e que amanhã será o óbvio.
Resistes ao vento e à loucura.
Respiras liberdades em quadrados de luz.
Caminhas sobre mares, alcanças o que sonho.
Espalhas muito do que não sentes, sempre transparente.
Divides horas em tempos futuros.
Procuras o que escondo sem te esconderes do que sou.
Sorris sobre mim e sobre o que somos.

És o que desejo seres. Como um abraço forte em tempos de guerra.
Mas é por ti que já não há dias, há vidas.

Ser por não ser

Senta-te no conforto deste leve cigarro, acalma esses fantasmas, saboreia a sua pele de ceda e confronta-te com o agarrar da solidão. Aperta a mão da emoção, disfarça que me mentes, grita às paredes que sou quem não queres ser.

Ser por não ser, apreciemos o sentido desta velha amizade, que a realidade nunca foi a nossa confiança.

O disfarce

Sobre todas as teorias do amanhã resigno-me ao que sei. O conforto desde cigarro invoca as palavras certas com que me dirijo a ti, e percebo que realidade se impõe entre nós.
Será a razão? A lufada de fumo transformou este ar pesado num sentimento permanente de que a resposta não será a certa.
Recolho-me ao óbvio fixando tudo o que és em mim numa pequena imagem. Repetindo vezes sem conta. Já sabes aparecer sem eu notar, sabes ser ciente da tua presença em cada suspiro que eu dou. És, e sabes ser.
Os meus passos já são uma denúncia em ti. Já sabes ler o que escrevo e ainda não me olhaste nos olhos. Até sabes porque sorris, e eu que tanto gosto não quero descobrir.
Acabo de nascer sempre que te sinto mais próxima, sempre que me fixas nessas esferas e me transmites vaidade. Sabes ser imponente em cada olhar, e eu já não sei disfarçar.

Disfarcemos tudo o que é real. A ideia da emoção sempre foi uma vanguarda, mas há quem não resista ao conceito básico de um sorriso ou à insistência de um olhar. E isso, pode não ser só um erro meu.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O ser eu

Pega no copo, serve-me com o sorriso habitual.
Esquece a palavra de conforto e passa ao abraço.
Insiste em discutir o que mais desejas.
Torna tudo um capricho teu.
Oferece-me a tua dúbia hospitalidade.
Garante-me o conforto do silêncio.
E deixa-me ser eu. Tão só e eu.
Esquece que pronunciei o meu nome.
Adivinha quem somos nós.
Conta-me os minutos em horas.
Solta a gargalhada de futuro.
E espalha a realidade, recolhendo a mentira.

Tudo não passará de ser eu. O eu que não conheces.

Sobre hoje


O que poderei perguntar, sobre o hoje.
Ou responder com o vulgar
que tanto te faz vibrar.
É o que me faz recuar deste por-do-sol.
Estarás acordada?
Ou será o sinal da minha certeza.
Que tanto me inquieta sobre a tua palavra
e me questiona.
Anseio reconhecer o nosso lado,
insistindo estar aqui
para que sintas o lugar da estrela.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Today

Hoje, estás longe demais.
O que poderei dizer, no alto gritante da voz, que faça tudo voltar.
Talvez o tenha que ser, talvez não sinta a voz.
Hoje foste a palavra.
E o gesto, sentido e audaz. Foste a coragem.
Talvez tivesse sido diferente, e nada tenha mudado.
Hoje conseguiste.
Ser tudo o que não sou, ser maior que a própria sombra.
Talvez deixar-me sentir, querer o arrepio para sobreviver.

Ontem, tudo foi um hoje. E amanhã não o será, porque vamos começar.
Tudo novamente.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Pratica a amizade

Hoje bati á tua porta com a expressa vontade de te arrancar a frase 'porquê'. Seria auspicioso que a tua dúvida se confundisse com a simples vontade de te ver e de te ouvir dizer algo que nem sempre tenha que fazer tal sentido.
Porém, o bater constante deixou de fazer sentido quando a porta se manteve imóvel, albergando o número 47 em metal enferrujado. Talvez ainda andasses por lá, ou tivesses seguido viagem com o vendo que sopra de norte. Senti o vazio. Senti o frio. Senti o que me faltou.
Todos os passos que caminhaste desenham a minha incapacidade de ver além. Além de ti, além das palavras que me dizias, do ombro que chegaste a dar. Talvez um dia, nos vejamos a praticar a amizade. E hoje, não era o dia.

Mas como tudo, cá te espero. Porque o abraço, não se esgota.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Estrada


O reflexo dos dias de ânimo, mesmo que tudo seja uma estrada sem saída. O caminho é em frente.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A porta

Oiço o teu bater da porta na força máxima do grito de revolta. Os passos pesados que se afastam mostram-me a tua vontade em ser a minha nova barreira, com a frieza habitual de quem deseja o ambíguo da distância. Soletro, assim, palavra por palavra o longo pensamento que a solidão me obriga na esperança que a porta se abra com o som que me acostumaste a ouvir.

sábado, 21 de maio de 2011

O Arquitecto

Sou um arquitecto. Tenho que construir em mim uma parede de betão, suficientemente forte para ninguém a ultrapassar, e suficientemente bem feita para salvaguardar quem eu sou.

A mão

Sentado, tudo fazia parecer que o estabilizar era um termo falso. O andar constante tornou o pensamento uma notável confusão. De repente, uma mão surgiu e aconchegou o ombro, em sinal de conforto e ânimo. Uma voz forte surgiu:

'A amizade pouco te serve em dias de guerra constante. Pouco te serve quando a confiança em teu redor parece cobrar cada passo que dás. Tudo o que imaginarás como amigo será o primeiro a surgir contra ti em proveito pessoal. O primeiro a pegar na faca e um dos primeiros a querer usá-la. Só verás um amigo entre a névoa a dar-te a mão para te levantares. A ensinar-te com uma palavra de apoio forte e discreta. A gritar contigo sempre que a agressividade for o meio necessário para te corrigir. Um amigo não é alguém vulgar, é a presença contínua, a memória até ao fim. Mas não te esqueças, o teu maior amigo és tu, e esse não te pode abandonar...'

Olhei para trás, mas pouco mais vi que um sombra a afastar-se. Tudo o que tinha sido dito parecia tão certo. Serei eu a recusa ou, de facto, a amizade nunca foi uma verdade?

sábado, 14 de maio de 2011

Escorrer assim

De tempos em tempos, a verdade escorre pelos dedos. Agarra a essência da emoção que a razão já se perdeu. Sentes, assim, que o tempo acabou. Mas vamos parar no momento, para me esquecer que alguma vez existi assim. Amanhã, o sol tem que nascer outra vez.

sábado, 7 de maio de 2011

As certezas

Nos tempos que me recordo de parar o tempo apareces constantemente a sorrir-me numa forma repetida e quase sempre perfeita. Por mais que me esforce em esquecer, a tua imagem insiste em me fazer parar o tempo e libertar palavras com pouco sentido.
Como hoje. E provavelmente o amanhã.
Se isto fosse tão normal como a chuva que bate lá fora, teria a certeza de que por esta altura não me lembraria das 11 vezes que me sorriste ontem nem do olhar tão marcante que me dirigiste quando não parava de te olhar. Certezas não as defino, mas insisto que nada de passa.
Um dia, espero, a tua imagem não passará de uma miragem. Ou como imagino, será uma parte de mim que eu não consigo esquecer.

O teu Sorrir

Ver-te sorrir entre a névoa do meu cigarro trouxe em mim prova que nem tudo se esquece. Ou que nem tudo se tenta esquecer nos padrões tão fixados de um desejo submerso entre a dúvida e o presente. Enquanto as palavras não surgem, insisto em te fixar com este olhar tão sério e sonhador que espero não chegue a ti no meu sentido tão lato, mas na leve certeza que a névoa se mantém. Incrível a forma como me mexes sorrindo na naturalidade do dia, como me ultrapassas com a forma discreta que encaras o meu olhar fixo e te centras no café sobre a mesa.
Se continuas a sorrir assim, um dia tenho a certeza do meu controlo perdido, e de que a quebra está num caminho paralelo. Arriscaria nesta dúvida se me sobrasse coragem em que um dia, de facto, sorririas sobre mim, e não para mim, como tanto insistes em fazer.
É berrante ser tão frágil perante ti quando me asseguro que forças não me faltam ao te olhar, ou ser tão inseguro quando me certifico que a emoção é a minha razão.

terça-feira, 3 de maio de 2011

O tu em mim

Os tempos que te levam, fugazmente, em sentido inverso ao vento, denotam a reflexão tão emocional quanto fictícia, como o voo abismal entre o que foste e o que eu serei. A diferença pouco se nota no leve caminhar sobre a água que ambos fazemos junto ao abismo, com a atitude certa do passo em frente no recuar do tempo. Tudo o que sei resumo a estas palavras, quase mortas, com a ligeira réstia de tempestade onde a vontade é um misto do tudo no nada.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sempre, tu

Da imaginação fértil do gostar dos teus defeitos ao topo da realidade vai a minha procura do expoente que insistes em sorrir. É aqui que a bandeira se ergue com o balançar dos momentos que acreditamos ou que fugimos em pensar. O meu gostar passa agora de pormenores que me vai roubando o fôlego cada vez que seguro as palavras. Continuo a pensar que gostar de ti se tornou a minha missão no teu intervalo incerto. Se tiver que parar de sonhar, acorda-me no fundo da emoção, que a razão já não me pertence.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O preto e o branco

De tempos em tempos o relógio pára no preto e branco constante da paisagem. É uma presença pouco notada numa manifestação silenciosa, estática, em distintos sonhos de absurdos comuns. O fundo da imagem representou-te nos meus ideais próximos, em que tu sorris constantemente e eu observo parado, revoltado. Se tudo fossem sonhos, seria o teu sorriso e tu a minha razão de sorrir.

sábado, 23 de abril de 2011

O esperar

Tanto navegar em sombras de alguém que a escuridão já não o é, entregue que está à nossa luz de esperança. Sempre tive como resguardo o que nos faz balançar entre o credível e o hipócrita, mas hoje sonho que um dia o teu acreditar se resuma a um tempo em conjunto. Já diria a velha voz da razão, o esperar é o sabor da angústia, mas a certeza da glória.

Tempos

Olha, como os tempos te fogem, entre as razões do quase desejo em alínea de emoções de um respirar só. Todos os outros, em que tudo falha ao alcance fora do tempo, respondem ao claro sinal de liberdade que o dia não acabou ontem, mas acabará amanhã.
Toda esta confusão te figura no centro da atenção, enquanto a tua lágrima me venera e nos simboliza como um sorriso solto e não a profunda tristeza.
Sorri, dizem eles, desconhecendo como se sente em tempos destemidos, mas que um dia, envolvida nos meus braços, abrirás o teu largo sorriso rebaixando a tão presente lágrima.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A estrada

O futuro que não trava, a fundo, na tua estrada molhada como obstáculo no avançar das razões ou no recuar das certezas. Acelera a fundo no medo do arriscar, que o mais certo de tudo é a nossa incerteza.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Prefácios

Sinto a fúria da recusa, o impulso da distância, a tua falsa palavra que corre nas minhas veias, como eco de um gesto perdido sobre mim. Sinto a presença do teu perfume deixada junto á porta, num figurante rasgar do passado entre linhas. Sinto a estrela, o teu brilho na minha dúvida, que paira como o muro que nunca aceitei, e a razão pelas marcas dos meus passos te recordarem o meu adeus.


Sei do decorrer dos segundos na antecipação dos sessenta minutos. Conheço bem o passar dos dias ao lado da ofegante respiração que trazes sempre me queres escutar, e avisar da noite. Ela que cai, suavemente, trazendo o infinito brilho da tua estrela, nossa estrela, a que cai e brilha, a que espanta, tu. O eu no escuro, o eu perdido, o eu como pequena estrela, e o tu como infinito.


Sinto que o vento muda de direcção a cada vontade mais insistente. O que nos leva a segui-lo sempre nos criou dúvidas, porque o erro existe. Se cada passo fosse o certo, o vento não sopraria assim, e a dúvida não nos levaria a pensar que tudo gira como queremos que ele gire. Podes imaginar a verdade no erro, eu prefiro sentir a vontade de o cometer, e de pensar que tudo não passa de um erro corrigido.


O esforço nem sempre é sinal de realização, como a tristeza nem sempre é sinal de fraqueza ou falha. O caminho nunca se mostrou complicado quando o passo dado não tem medo de tropeçar, nem nunca foi fácil quando andamos em chão de vidro. Arriscar não é coragem, é vontade de saber o desconhecido.


Pára, recomeça, interessa-te, foge, apaixona-te, define-te, encontra, cansa-te, desilude, acredita, e sente. Se tudo isto pudesse ser um verbo, seria crescer e não viver, seria respirar e não perder. Porque tudo o que queremos devia ser uma vontade, quando tudo não passa de uma conquista.


O sorriso é um gesto falso. Aquele sorriso, desdenha-te em curiosidades múltiplas, que nem a tua ingenuidade o decifrará. Aquele sorriso satisfaz-te pela aparência, como uma máscara leve sobre cada um dos teus vazios. Não sabes quem eu sou, e nem eu quero saber.


Colecciona sentimentos, abandona medos e traicções, junta alegria e coragem, contrapõe a sorte ao azar, abandona a falsidade. Porque ás vezes, nem sabemos quem somos.