domingo, 30 de outubro de 2011

Loucura

Se a loucura são duas palavras enviesadas, então sejamos justos e façamos o discurso do real. O não ser nunca foi algo imaginável, foi sempre a loucura de o ser.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Caminhar

Insistes em caminhar na minha tendência de olhar em frente. E insistes que todo este caminho nunca foi o correcto, numa clara vontade de dizer não ao que eu grito sim. Mas se não existisses, a dualidade em mim seria um só lado, e não te teria como ponto no equilibrio.
Só assim, eu caminho sobre a água. E sei que agora, ao me rever, sou capaz de ser em vez de só tentar.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Hoje

Se caires como a chuva, aprende a sorrir como o sol. E mesmo que te tornes na nuvem, memoriza sempre que ela é passageira, e nunca um estado permanente.

sábado, 22 de outubro de 2011

O que pensas de mim?

Hoje foste directa na forma como me dirigiste. Tão forte que me deixou a suspirar sobre o vento à procura de uma resposta. A tal resposta.

O que pensas de mim?

Pequei pelo silêncio enquanto me sorrias. O teu olhar transmitia palavra por palavra, e o único que te respondi foi o silêncio. Aquele silêncio alegre de quem não consegue falar.
As horas passaram e a dúvida manteve-se, como o sorriso que deixaste marcado. Se tudo isto não passasse de um livro, terias uma página só sobre ti. E deixava a seguinte em branco para o que me falta conhecer.

Acima de tudo, apercebi-me que não tive a coragem para dizer-te que não sei a resposta. Sei apenas que tens sido mais do que um sorriso. Mais do que uma tentação. Mais do que um momento. Mas tenho toda a certeza: senta-te a meu lado e ajuda-me. Abraça-me. Dá-me a mão. Garante-me ao ouvido que és tudo o que tens sido e muito mais. Porque além de seres a alegria, és a prova que vale a pena acreditar. E eu aposto no acreditar.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Será?

Quando se ama, a inspiração é ilimitada. Experimenta.

Os degraus da tua porta

Já me sentei e repousei nos degraus da porta. Da tua porta. Continuo a imaginar que irás romper num tom apressado cada degrau, sem dares que ali estou, sentado. Que irás aparecer e perder o sapato, como a Cinderela fez, só para que tivesse a desculpa ideal para me apresentar.
Já tentei oferecer-te uma flor, e soltar o teu nome pela primeira vez.
Já pensei também que não morasses aqui, pela tua insistência em não me responder às cartas. Aquelas que deixo sem remetente, e que imagino não ter lá o meu nome só para te deixar na dúvida: quem serei?

Mas no fim, ainda sentado nos degraus da rua interminável, dou por mim a contar as pétalas da flor e a imaginar-te. E mais uma vez. Se estas lágrimas são a prova do céu nublado, sei então que te imagino muito perto do real. E isso é a minha razão para ali continuar, sempre na esperança que um dia me abras a porta.

O tu no eu imaginário

Tudo o que imaginei de ti está escrito dentro deste papel, em letras grandes sem pontuação. Está também desenhada a vaidade que sinto em me imaginar a teu lado, e a assinatura do meu 'sim' junto do 'para sempre'. Faltou só o teu nome que espero que mo digas baixinho, quase em segredo, para escrever na linha carregada que lá inventei, ao lado do meu nome. Deixo-te o desafio de apanhares a folha do chão, segurares com firmeza na caneta e assinares. A felicidade, essa, deixa por minha conta, assim que deixares de fazer parte do imaginário e passares a ser parte da minha razão.