sábado, 17 de maio de 2008

Azóia

“Escrevo. Simples palavras que me conformam o espírito, ou que simplesmente o atordoam... Ordeno-as calmamente, num grito pela liberdade que elas me trazem. Procuro-as, chamo por elas na tentativa desesperada de elas soltarem o que sinto, a árdua dor da alegria no contraste com o vazio da mágoa.
Quero um abrigo. Abrigar-me desta agitação que o mundo cria, onde me envolve espontâneamente numa acção vulgar. Pediria o sol se fosse preciso. Teria vista privilegiada para um manto azul que envolve um mundo terrestre. Mas não. A excentricidade leva-me a momentos de loucura impossíveis de suportar, impossíveis de controlar. Prefiro esconder-me deste mundo, sentar-me comodamente e escrever palavrões através de simples quadros imaginários por entre uma natureza perfeita. Guiar-me-ia pela loucura da grandeza, mas sinto-me demasiado confortável para sonhar alto. Olho em redor, e abranjo tudo num simples olhar indiscreto. Consigo sentir a tensão exterior na minha pequena cadeira, onde vibro com tamanha sensação. Sensações permanentes na procura de liberdade, sonho e fantasia, voando pelo exterior sentindo o lugar. Sinto as palavras a entrarem-me pela casa adentro numa afronta á minha simpatia, buscando as minhas alegrias e tristezas, que a minha leve caneta descreve ao deslizar num simples papel. Porque sei que posso estar aqui como ali, que essas palavras não me abandonarão, simplesmente mudarão a minha ténue visão deste pequeno mundo envolvente. E, assim, traduzo este espaço como sensorial, sentindo cada segundo que passa, na intensa busca pela simples inspiração...
No fim, deparo-me com este volume marcante numa simples natureza. Complica-se o simples, e busca-se a simplicidade, num meio confuso onde nos libertamos do mundo e buscamos a básica palavra de todas: viver. Viver este espaço, viver este mundo, viver vivendo numa frenética envolvente que nos faz mover... Mover uma simples caneta, duas básicas palavras e um conjunto de ideias, que traduzem a minha liberdade, a minha inspiração. Sinto que consegui o espaço ideal, aquele em que eu vivo, e aquele que me faz viver...”

2 comentários:

Anónimo disse...

Hello !
Eu não preciso de ler os textinhos , para saber que estão lindos (: *

Sei que tens jeitinho para isto , e que tens algo que te inspira :D *
Continua assim , quem sabe um dia não te apanho numa banca ;D

Beijinhó

Shadyzínha *

Anónimo disse...

Dizes que a Arquitectura é a tua arte, mas anda que esta escrita...nao te sai mesmo nada mal! :)
Consigo ficar arrepiada ao ler estes textos*

Quem sabe se um dia nao te estou a pedir pa me assinares um livro escrito por ti ;)

Beijinho*