sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O manifesto

Olá

Hoje sinto que não sou de palavras. Nem tão pouco de gestos. Mas por aqui começo uma pequena mensagem que te dirijo a ti, sonho meu, como forma de te ver partir. De te ver seguir o rumo que não sou capaz de te acompanhar, por mais esforços que insista em fazer. Escrevo, aqui e agora, um manifesto contra mim, mas acima de tudo uma forma solidária e presente de transmitir que desisto.

E desisto pela sabedoria. A tal sabedoria de que nos faz ver quando parar. Quando chega de sonhar alto demais em terra de pequenos. Como eu. A tal sabedoria em que percebemos que somos seres humanos. E que voar nunca foi uma ideia, nem tanto uma possibilidade.

Desisto pela força. A força que preciso para esquecer que és um sonho. O tal sonho, que alimentou manhãs sorridentes, horas e horas de planos para a vida, que me fez sorrir só de pensar. A mesma força que um dia me disse: pára de sonhar, pára de voar, que um dia a queda será maior que a grandiosidade de sonhar.

Mas acima de tudo, desisto por mim. Desisto por saber que às vezes, é melhor parar e voltar atrás, do que avançar e seguir o caminho errado. Desisto por querer esquecer. Esquecer que voltei a errar, que voltei a cair. Desistir por fazer esquecer que sou o culpado de cair, e por não ter aprendido a lição. A mesma lição que, um dia, me quiseste ensinar.

Quero que saibas que desistir não é de fracos. Muita vez é de sábios e fortes. E mesmo sabendo que não sou nenhum deles, aqui tento ser. E serei. Porque desta vez, eu copio a lição para a capa. Desenho um aviso e deixo um lembrete. Porque por muito que sonhar seja uma forma de voar e sorrir, é também uma forma de cairmos. E eu, cansado de abraçar o chão, levanto-me hoje na esperança de te gritar um dia: sou feliz assim.

Eu sei, estou errado. Mas deixa-me sonhar desta maneira. Que mesmo lutando contra mim, sei que nunca foi de mim sonhar. Sonhar, é para os fracos, que nunca souberam onde e quando parar. Mesmo quando nunca foi preciso.

Talvez um dia nos vejamos, tomemos um café e possamos rir às gargalhadas do que fomos juntos. Aí, irás ver, que perdeste mais em voar do que eu em cair.

Melhores cumprimentos
Luis

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