terça-feira, 8 de maio de 2012

O ser depois de fumar

Sou um suspeito desta solidão envolvente. Entre cigarros e um copo de gelo com algo, olho-me entre espelhos para ver o que sou. No que me tornei em ser assim, auspicioso e verdadeiro, num mundo tão lutador e egoísta. Encaro-me com a atenção que devia ter ao te ver, ou ao vos ver, quando sorriem em falsidade extrema que só eu ainda não consegui notar. Espero um dia aprender a olhar assim, ou a ser assim, criando essa onda de realidade mesmo em quem não o esperam ser. Apago o cigarro veemente, e recordo que mesmo ele só importa quando deita este fumo. Depois de apagado, é assim, relegado ao cinzeiro. Um dia, hei-de conseguir fazer o mesmo com pessoas e, assim, poderei deixar de fumar.

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